sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PROTOCOLO II - Débora Helena

08/09/2010 - Consciência Corporal

Começamos a aula observando um esqueleto didático levado pela professora Kalassa. Nele contamos a quantidade de vértebras, costelas, ossos dos pés e das mãos que temos e, comparamos com o desenho que fizemos de nós mesmos, onde ilustramos a percepção q tínhamos da forma do nosso corpo por dentro e por fora. (Como o desenho não estava conosco na aula, fizemos a comparação através da lembrança que tínhamos dele).
Na sequência, e aproveitando o gancho, começamos os exercícos práticos relaxando os pés com bolinhas de malabares flexíveis, percebendo os pontos de tensão, nódulos e pontos de equilíbrio ali existentes. Massageamos nossos pés, tentando contar o número de ossos que conseguíamos sentir apalpando e esticando eles.
Descobrimos o pés dos colegas, tocando e observando suas formas, tamanhos, texturas e outras especificidades inerentes a cada um. Foi muito relaxante! Percebi que não só meus pés, mas todo o meu corpo relaxava e agradecia.
Em seguida, caminhamos atentos aos pontos de apoio e equilíbrio dos nossos pés, observando e percebendo o que sentíamos quando usávamos um ou outro ponto, atentos em como era andar com o peso no calcanhar, nas laterais e nas pontas dos pés, sentindo a reação do resto do corpo e o que alterava no nosso estado de espírito com aquela mudança na maneira de se movimentar. Senti certa "grandeza" ao caminhar na ponta dos pés, e não gostei quando me apoiei nos calcanhares para andar, era desconfortável! Observando nosso próprio caminhar, em um andar lento, nos focamos no momento em que ocorre a transferencia do peso do corpo de uma perna para a outra e, fizemos a partir desse movimento um exercício de "enraizamento", em que andávamos inicialmente devagar e, com certa resistência transferíamos o peso de um lado do corpo para o outro, como se nossas pernas e pés fossem raízes que penetravam o solo. Ao som do "Cordel do Fogo Encantado" criamos movimentos a partir do exercício acima, obedecendo a dinâmica do andar como se nossos pés fossem raízes, ao mesmo tempo em que captávamos e expressávamos em movimentos as imagens e sensações que iam sendo despertadas. Imaginei copas de árvores gigantes ao vento e um forte desejo de tomar o solo com minhas raízes. Ao mesmo tempo, obtive certa dificuldade em perceber o ponto exato de transferencia do peso, mas com a prática a atenção aguça-se, com certeza.
Em um próximo momento, a professora Kalassa desenhou com giz no chão, em espaços diferentes, as palavras "chiclete", "brasa", "lama", "lôdo" e "lua". Tínhamos que pisar em cada um desses lugares e, "sentir" os estímulos de cada um com os pés e todo o resto do corpo. Por último, escolhemos três das cinco possibilidades para compor movimentos e gestos que seriam articulados com a movimentação que cada um criou tendo como referência o exercício de enraizamento, assim, produzimos uma história individual, que foi apresentada e, estava relacionada a algum fato que envolvia nosso pé, qualquer coisa acontecida em algum momento de nossa vida. A cena deveria conter falas e toda a série de movimentos criados anteriormente. Cada um apresentou-se e a seus pés de forma diferente. A minha apresentação obedeceu certa ordem cronológica de tempo, desde o momento em que eu estava imersa na placenta de minha mãe, passando pela minha infância (dela relembrei brincadeiras no asfalto quente, e subidas na árvore) até o momento atual, representando, ou melhor, revivendo com os pés o que passou-me e marcou-me ao longo dos anos.

2 comentários:

  1. O primeiro exercício de enrraizamento fizemos ao som de Arnaldo Antunes, As àrvores.
    O exercício nos diversos ambientes fizemos ao som do Cordel do Fogo Encantado, Poeira.

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