quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Arte X Escola

A escola, o lugar onde somos inseridos à sociedade. Estamos acostumados a ouvir desde a infância, quando nem somos capazes ainda de compreender o verdadeiro significado da palavra educação, que através dela conseguiremos garantir um futuro promissor, ou ainda: “será a educação a fonte transformadora do país”, e assim somos empurrados para dentro das salas de aula. Cansado dos chavões e das frases clichês começo a refletir sobre algumas experiências no ambiente escolar.
É difícil pensar na infância e adolescência e não se recordar de nenhum fato ocorrido na escola, isso porque passamos grande parte desse período em instituições de ensino nos preparando para viver o futuro. No entanto não me interessa no momento criticar ou apontar as lacunas do sistema educacional brasileiro, pretendo apenas compartilhar algumas dúvidas desejos e anseios sobre o ensino de arte em ambientes formais de ensino.
O teatro, a dança, a música e as artes plásticas estão a serviço de outras disciplinas ou devem ser considerados e avaliados com a mesma importância das outras áreas na escola? Essa é uma questão que me incomoda quando pensamos em formação de público, o porquê da desvalorização da arte no cenário nacional. Fomos acostumados a dividir e selecionar o conhecimento humano de acordo com o pensamento cartesiano e capitalista da sociedade. A verdade é que a sabedoria adquirida pelo homem está a seu favor, foi desenvolvida para suprir suas próprias necessidades e por isso não é possível fragmentá-la para qualificar o que é, e o que não é importante. O objetivo da disciplina de arte é trabalhar a sensibilidade, o lado humano do homem, que é tão importante quanto a alfabetização ou a matemática para o convívio social.
A capacidade de criar está diretamente interligada com o desejo de falar, comunicar-se. O maior desafio dos professores/artistas é levar o aluno a refletir sobre a aula, trazer para o seu cotidiano o que foi estudado e desenvolvido na sala e fazê-lo pensar no meio em que o rodeia. A banalização da arte começa na incapacidade ou na insensibilidade dos profissionais que não conseguem enxergar o outro como um ser sensível e ativo.