Somos alunos da 1ª turma do Curso de Licenciatura noturno de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia. Neste espaço compartilharemos nossas vivências, sonhos, frustrações, desejos, dores, dificuldades e superações no decorrer de nossa formação como Atores e Professores de Teatro. 2010-2
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
iNFâNCia?
Refletir sobre uma fase da vida que já passou me faz questionar se essa etapa realmente não me pertence mais. Se pensarmos na infância como um período de 0 a 12 ou 13 anos, veremos que se trata de um momento de descobertas, de experimentação, sem compromisso com isso ou com aquilo. Olhar para a criança que corre, brinca e se machuca hoje, naturalmente me transporta de forma nostálgica a criança que fui, e os velhos clichês de meus avós parecem inevitáveis: “no meu tempo não era assim", "Ha, se fosse no meu tempo" ou ainda " antigamente é que era bom". Tenho uma certa dificuldade para falar do presente pois devo enxergá-lo sem comparações e julgamentos em relação ao passado.
A infância, hoje, antes ou depois, será um ponto de interrogação para todos que pretendem se debruçarem sobre esse assunto, já que se trata da etapa do inesperado e do inexplicável. Como estou falando de algo que não se explica e muito menos se controla, e que carrega algumas características que continuam existindo por toda nossa existência, como o desejo e a coragem de descobrir o novo, sinto- me a vontade para concluir sem nenhuma certeza absoluta, que a infância é uma lente de aumento das nossas não respostas, um estado que alcançamos de vez em quando para que possamos continuar sobrevivendo na ordem social que construímos. Uma criança adulta é bonitinha, fofa; um adulto criança é irresponsável, louco; a diferença está no corpo, no movimento, na expressividade contagiante. Um corpo infantil é aquele que se arrisca, erra e erra novamente sem nenhum problema.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
O tempero da infância
O tempero da infância
A infância é
uma fase se desenvolvimento da criança, onde tudo a sua volta influência no seu
aprendizado. Essa fase de nos mostra o quanto a percepção da criança é sensível.
Uma criança
que assiste desenhos animados e enxerga toda a magia do desse mundo ,pode vir a
buscar essa magia no mundo real. É incrível como uma criança pode se entreter
com pequenas coisas ou até mesmo com ela mesma , e criar vários significados
para um mesmo objeto.
Até onde você
pode ser criança? Até onde você deve ser criança? Até onde você é criança? São
perguntas que atualmente busco questionar após minha primeira experiência como
educador infantil e que ainda busco respostas. Antigamente me parecia ser bem
mais divertido ser criança, sem celular, internet ou esses meios tecnológicos
que “roubam” a infância que se viveu há tempos atrás. Esse “roubo” da infância
que eu digo, não é nada mais que a evolução da infância com os meios que o
cercam,tornando inevitável essa comparação entre o ontem e o hoje da infância.
Brincar na rua
, sentir a terra, subir em árvores, apostar corrida, jogar bolinha de gude,
competir com a turma da rua de cima, fazer da casa da vovó sua fortaleza ou seu
playground, são coisas que vão se perdendo com o tempo, para hoje a criança
criar seu próprio avatar na internet para fazer tudo isso online.
Infância
Quando eu crescer quero ser grande,
Quero ser médica e quero ir pra lua.
Se não puder ser nessa ordem
Vou à lua primeiro,
Depois vou ser médica pra usar jaleco,
Professora pra escrever no quadro,
Juíza pra bater o martelo,
Pintora para me sujar.
Vou ter um barco e um avião.
Vou ter uma casa,
com um quintal, um balanço e uma mangueira.
E depois disso tudo,
Se ainda der tempo,
Vou ser grande.
Quando eu crescer quero ser grande,
Quero ser médica e quero ir pra lua.
Se não puder ser nessa ordem
Vou à lua primeiro,
Depois vou ser médica pra usar jaleco,
Professora pra escrever no quadro,
Juíza pra bater o martelo,
Pintora para me sujar.
Vou ter um barco e um avião.
Vou ter uma casa,
com um quintal, um balanço e uma mangueira.
E depois disso tudo,
Se ainda der tempo,
Vou ser grande.
Fases da infância ou influências do mundo?
Fotos
de crianças, fotos pessoais, fotos da internet, filmagens de apresentações, filmagens
do trabalho, filmagem de escola, filmagens de crianças, textos sobre crianças,
registros de criança, rabiscos de crianças, assinaturas de crianças, desenhos
de crianças. Feitos por criança? As vezes. Criança branca, criança negra,
criança índia, criança rica, criança pobre, criança inteligente, criança sem
oportunidade. Crianças com amor, crianças sem os pais, crianças com casa,
crianças de rua, crianças nas ruas, crianças tímidas, crianças hiperativas,
crianças especiais.
As
crianças que vemos hoje são essas, podemos dizer que são as mesmas de antes,
mas com oportunidades diferentes. Crianças sendo afogadas em um mar de
tecnologia e arrastadas para longe da convivência humana. Ou ainda, com uma
desigualdade ainda maior do que existia antes. E isso, a meu ver, é um dos
grandes problemas hoje. É a influência na educação, é um dos problemas no
crescimento da criança.
A
infância que passou, a infância que passa, a infância que virá... Como será? O
que será? Poderíamos chamar isso de fases da infância, mas não seria melhor
dizer que são fases da infância influenciadas pelo mundo?
Olhares sobre a infância
Pra mim nunca havia sido difícil pensar sobre infância, sobre as brincadeiras, as imaginações, os deveres, os prazeres, em como a criança está inserida na sociedade. Sendo um período da vida que me interessa o foco e a atenção, hoje este olhar é um pouco mais complicado.
Existe sim uma diferença para o antes e agora. Acho que antes eu pensava apenas na minha infância nos anos 80 e fazia dela referência com as outras crianças. A minha foi boa, brinquei na rua, vi muita televisão, desenhos animados, fui pra fazenda, subi em árvores, brinquei de massinha, dancei muito ao som da minha vitrola, li gibi, fiz "arte" mesmo que a educação familiar tenha sido baseada nas varas do pé de abacate.
Agora / hoje pensar a infância é mais complicado sim, porque me coloco como um futuro profissional, sendo assim tenho responsabilidades formativas e educacionais, de outra geração totalmente diferente da minha, com outros estímulos, outra realidade. Pensar e discutir uma infância com as outras pessoas hoje me causa medo de lidar com elas. Como conduzir, o que conduzir, o que é certo, e errado? Existem muito fatores relevantes que as vezes eu nunca havia pensado talvez porque pra mim fosse normal e tivesse sido imposto. Sempre aceitei bem as imposições era assim que tinha que ser quando criança.
A infância é um tempo de descobertas, de fantasias, sem limites para a imaginação, sem preconceitos, um tempo de conhecer, ir além, arriscar, aprender, ter medo, ser e estar no mundo, ser limitado pela sociedade, viver em sociedade, desenvolver fisicamente, psicologicamente, pessoalmente, independente da geração, do tempo, do lugar.
Sobre infância
Sobre
infância,
pela
voz de Paulina
Percebo
minha dificuldade em falar de infância apenas a partir de nossas trocas de
imagens, registros, conversas na última semana....
Sensação forte de que sou - e creio que somos – tão atravessada pelas
experiências anteriores... difícil falar a partir dessa experiência apenas,
como numa espécie de infância também, como se não houvesse experiências
passadas ou no início delas na vida. Giorgio Agambem, J. Larosa falam sobre
isso, uma espécie de infância da linguagem, o reconhecimento de que nossas
experiências ocorrem, sim, em níveis nem sempre estruturados pela linguagem –
no território da indigência da linguagem – e fazemos o exercício de
reestruturá-las em linguagem... Entretanto, mesmo nessa indigência,
estamos/estou atravessada pela minha imersão em uma cultura, em minhas
leituras, etc...
Infância – um período da vida... quando somos
crianças ou quando alguém disse que somos crianças e que não temos autonomia
para decidir coisas importantes por nós mesmos. Quando alguém ou alguéns ou uma
cultura ou uma sociedade escolhe que nós, crianças meninas, devemos vestir rosa,
brincar com barbies, sentar com as pernas bem juntas – e não abertas. Quando
alguém organiza nossas festinhas de aniversário com enfeites em cores
berrantes, brinquedos plásticos, maquiagem e roupas de adultos em tamanho
pequeno. Mas também quando ainda nos permitimos falar francamente aquilo que os
“adultos” guardam para si mesmo, quando podemos andar sem roupa (às vezes),
quando nossas madrinhas passam nossa mãozinha de bebê no bolo e não levamos
bronca. Quando temos sensações, medos, choros, alegrias e ainda não sabemos
nomeá-las exatamente, nos contentamos com um terreno mais movediço das
experiências ou simplesmente não sabemos o que fazer com elas e nem precisamos
saber.
Infância – capacidade de ser curioso sempre,
desenhar se estruturando e reestruturando linhas, cores, formas, que ordenam e
desordenam padrões, mimetizam linhas, cores e formas vistas e vividas
corporalmente. (Até onde crio, desde já, sobre a experiência em sala da segunda
passada? Até onde idealizo também a infância?)
Infância – abertura quase total aos estímulos do
mundo, portanto, habilidade total também em simplesmente mimetizá-lo, reproduzi-lo,
repeti-lo – desejar repetir o modelo adulto, em palavras, roupas, atitudes.
Abertura total para o rompimento com eles, para criar linhas de fuga,
contradizê-los. Por isso é tão difícil para mim não idealizar... Mesmo quando a
criança repete, reproduz, algo foge ao controle, algo singular transparece pelo
olho, pela fala, pelo corpo menos enrijecido pelo tempo no mundo... A criança
parece nos devolver o mundo e a nós mesmos com essas linhas de fuga, nos
obrigando a ver nosso patetismo, nossas contradições...
Infância – corpo no espaço, corpo com galho de
árvore, corpo com corpo, corpo com giz de cera, corpo com boneca, com adulto;
corpo em movimento sempre, corpo inteiro. Corpo aberto, disponível, corpo
oprimido, modelado. Corpo em modelagem – pelo outro, por si mesmo, pelo mundo
em suas formas.
(Primeiro exercício - rodada coletiva - de pensamentos sobre infância a partir de troca de imagens, registros e diálogos feitos no dia
domingo, 16 de dezembro de 2012
Questões sobre mim e todos. (infância)
Quando você assiste um filme como “O
menino maluquinho”, aquela versão primeira, mais antiga, que o
menino em questão tem uma infância invejável cheia de aventuras
simples e cotidianas, rurais, experimentais, surpreendentes, você
pode dizer: eu tive uma péssima infância. Mas há, ainda, os que
vão ao shopping e vêm aquelas crianças chatas e birrentas, o chão
das lojas de brinquedos parece um mar de crianças chorando, fazendo
birra e gritando como se não houvesse garganta a ser destruída.
Atualmente com 23 anos eu posso dizer
que vivi entre esses dois mundos, o da infância das aventuras
simples e o da infância dos shoppings.
Talvez(es).
Talvez a infância seja um prato que se
coma cru.
Talvez a infância seja uma sopa que te
é enfiada goela a baixo.
Talvez eu tenha escolhas, e talvez não.
Não era minha escolha descer a rua da
casa da minha avó de carrinho de “rolimã”, nem fazer piquenique
de porcaria e muito menos gastar duas horas na petshop do shopping
depois de comer um belo Big Mac.
Se não somos a projeção dos nossos
pais, porém somos um pouco de quem nos rodeia, nossos avós, pais,
professores e etc... Se não me levam ao campo, não posso senti-lo,
vive-lo, posso sim conhece-lo intelectualmente, mas sem a vivência
não há campo em mim, bem como os ditos caipiras que saem da roça e
não entram de primeira em uma escada rolante.
E talvez seja essa a questão, as
diferenças se instauram na infância. Será?
quinta-feira, 21 de junho de 2012
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Discussão do texto - O espaço do desenho: A educação do educador de Ana Angelica Albano Moreira
Desenhos dos alunos:
Tatiane Morais
Rose Martins
Renata Paixão
Profª: Paulina
Barbara Lamounier
Débora Helena
Leandro Alves
Ricardo Arruas
quinta-feira, 5 de abril de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
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