quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

iNFâNCia?

Refletir sobre uma fase da vida que já passou me faz questionar se essa etapa realmente não me pertence mais. Se pensarmos na infância como um período de 0 a 12 ou 13 anos, veremos que se trata de um momento de descobertas, de experimentação, sem compromisso com isso ou com aquilo. Olhar para a criança que corre, brinca e se machuca hoje, naturalmente me transporta de forma nostálgica a criança que fui, e os velhos clichês de meus avós parecem inevitáveis: “no meu tempo não era assim", "Ha, se fosse no meu tempo" ou ainda " antigamente é que era bom". Tenho uma certa dificuldade para falar do presente pois devo enxergá-lo sem comparações e julgamentos em relação ao passado. A infância, hoje, antes ou depois, será um ponto de interrogação para todos que pretendem se debruçarem sobre esse assunto, já que se trata da etapa do inesperado e do inexplicável. Como estou falando de algo que não se explica e muito menos se controla, e que carrega algumas características que continuam existindo por toda nossa existência, como o desejo e a coragem de descobrir o novo, sinto- me a vontade para concluir sem nenhuma certeza absoluta, que a infância é uma lente de aumento das nossas não respostas, um estado que alcançamos de vez em quando para que possamos continuar sobrevivendo na ordem social que construímos. Uma criança adulta é bonitinha, fofa; um adulto criança é irresponsável, louco; a diferença está no corpo, no movimento, na expressividade contagiante. Um corpo infantil é aquele que se arrisca, erra e erra novamente sem nenhum problema.

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