Quando você assiste um filme como “O
menino maluquinho”, aquela versão primeira, mais antiga, que o
menino em questão tem uma infância invejável cheia de aventuras
simples e cotidianas, rurais, experimentais, surpreendentes, você
pode dizer: eu tive uma péssima infância. Mas há, ainda, os que
vão ao shopping e vêm aquelas crianças chatas e birrentas, o chão
das lojas de brinquedos parece um mar de crianças chorando, fazendo
birra e gritando como se não houvesse garganta a ser destruída.
Atualmente com 23 anos eu posso dizer
que vivi entre esses dois mundos, o da infância das aventuras
simples e o da infância dos shoppings.
Talvez(es).
Talvez a infância seja um prato que se
coma cru.
Talvez a infância seja uma sopa que te
é enfiada goela a baixo.
Talvez eu tenha escolhas, e talvez não.
Não era minha escolha descer a rua da
casa da minha avó de carrinho de “rolimã”, nem fazer piquenique
de porcaria e muito menos gastar duas horas na petshop do shopping
depois de comer um belo Big Mac.
Se não somos a projeção dos nossos
pais, porém somos um pouco de quem nos rodeia, nossos avós, pais,
professores e etc... Se não me levam ao campo, não posso senti-lo,
vive-lo, posso sim conhece-lo intelectualmente, mas sem a vivência
não há campo em mim, bem como os ditos caipiras que saem da roça e
não entram de primeira em uma escada rolante.
E talvez seja essa a questão, as
diferenças se instauram na infância. Será?
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